E o prego feriu a cal, ignorou a pedra que se abriu, ocupou o espaço, enferrujou.
A ferrugem cresceu, o que faltava preencheu, todo o oco desapareceu.
No que sobrava o quadro aproveitou, a sombra contrastou em tudo que do carvão transpareceu.
E dos pretos surgiram olhos, e os olhos tinham brilhos, em cada cor que era negra.
E o tempo gastou-se,
E a cara envelheceu,
E em cada ruga adivinhou-se vida,
E o branco dos cabelos contou paixões,
E as paixões incendiaram camas,
E cada cama ensopou suores,
E dos suores escorreram amores,
E as paixões ensoparam dores,
E as dores ensinaram caminhos,
E nos caminhos nasceram obstáculos,
E dos obstáculos nasceu força,
E na força a vida continuou.
E a magia de um prego ferrugento
Escreveu mais um poema…
De amor.
#2210
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