sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Transparência



Podia ser uma tela
Pintada a óleo,
Uma aguarela escorrida
Da aguada de um qualquer pincel,
Podia ser traço
De lápis afiado a preceito,
Ou apenas pó
Do giz de pastel…

Podia não ser carne,
Sangue, água
E pele;
Podia não ser quente,
Não ter sombra,
Nem ofuscar o vaso,
Ou apagar a flor…

Podia,
Se a nudez não se desenhasse
Na “Transparência” que a veste,
De onde ressalta
E acende brilhos,
Incendiando o imaginário
Adormecido,
De uma boca ávida
Que a alcançou.


#2226

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