segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Portugal dos pequeninos



Em 2014, logo no princípio do ano, eu disse que estes merdas que nos governavam iam ser reeleitos. A maioria que me ouviu fartou-se de rir, não passava pela cabeça de ninguém depois de toda a porcaria que fizeram.

A coligação/governo, continuou a dar tiros nos pés, e não satisfeita continuou em 2015 a fazer o mesmo e a sua popularidade (dizia-se) baixou. 

Mas eu tinha quase a certeza que iam voltar a ganhar. Porquê? É fácil para quem não tem ilusões sobre a mentalidade de quem o rodeia.

Os portugueses são maioritariamente uns cretinos e uns imbecis, não há volta a dar e precisamos encarar os factos. E esta cretinice e imbecilidade, derivam de uma outra característica ainda mais ameaçadora – a cobardia! Pois é, os portugueses são maioritariamente cobardes e acomodados.

Os argumentos que fazem ganhar eleições, nesta nossa democracia “sui generis”, são sempre os mesmos – apelo ao voto útil, estabilidade governativa, maioria absoluta, falta de alternativa, ameaça de banca rota, o papão dos “vermelhos” que vos vão tirar o “quintal” ou a casinha em ruínas, e por aí fora, enquanto as propostas de mudança reais e honestas que apareçam, não valem nada. Ninguém acredita nelas porque os políticos nos habituaram a que não são para cumprir.

Para além disto, a grande maioria dos portugueses é desonesta, é corrupta. Somos um povo de gente corrupta ou com aspirações a vir a sê-lo, por isso a impunidade política vinga, avoluma-se, e dá vitórias eleitorais a mentirosos. O povo português não esqueceu (não acredito que tenha esquecido), que durante os últimos quatro anos, foi roubado indecentemente, foi enganado pela coligação que não cumpriu nenhuma das promessas eleitorais de 2011, que falhou completamente os seus próprios objectivos e que nos deixou exactamente na mesma, mas com mais desempregados, com muito mais injustiça social, com uma classe média a aproximar-se dos níveis de pobreza, com muito mais emprego precário, com remunerações de miséria, com famílias desesperadas, com uma carga fiscal insuportável, enquanto a sua clientela política singrava na vida.

Qual é o problema de um primeiro-ministro fugir ao fisco se o comum dos cidadãos o tenta fazer?! Claro, estás à vontade, tudo normal. E os lesados do BES?! São só aquela meia dúzia que aparece com cartazes a reclamar do dinheiro que lá colocaram embalados pelas promessas de lucros fáceis. Não, os maiores lesados são os portugueses que já andam a pagar para que não se note nas contas públicas mais esse enorme buraco, aqueles que nunca lá puseram dinheiro, ou porque não o tinham ou porque não quiseram.

Mas nós portugueses somos mesmo assim estúpidos e vamos ficando a acreditar num milagre da nossa senhora de Fátima para resolver cada um dos problemas que enfrentamos, temendo arriscar na incerteza, continuando a regar a árvore que está podre porque ainda nos dá dez laranjas, sem plantar outra com medo que morra (até porque podemos sempre roubar as laranjas dos vizinhos, não é?!).

E eu vou-me chatear porquê?! Viva a imbecilidade no Portugal dos pequeninos!

(António Amaral)

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