domingo, 1 de dezembro de 2013

“Distância”


O céu pode estar negro,
Carregado, cheio de nuvens de tempestade,
O vento pode até soprar forte,
Arrancar árvores, revolver
A terra, no sugar das raízes,
A chuva gelada, cair com a força
De um rio, formar mares e marés,
Arrastar lamas, provocar enxurradas
Enormes, afogar tudo, desfazer formigueiros,
Inundar vales, abrir fendas em cada
Rocha, arrastar pedras enormes,
Destruir.
A saudade é assim, qual fúria dos elementos,
Lâmina afiada e pontiaguda
Que te perfura, fere o que tens
E o que queres, quando não vês,
Quando não sentes,
Quando não tocas.
Mas que importa a “Distância”
Se o pensamento voa,
É mais rápido que a luz do relâmpago,
Maior que o silêncio que se faz
Depois do ribombar do trovão,
E arrasta o sonho, e lê cada cumplicidade,
Atravessa muros,
Portas fechadas,
Acende enormes fogueiras,
Toca o intocável,
Bebe na sede,
Abraça-te onde estiveres,
Traz de ti todos os cheiros,
Todos os sabores,
Todas as imagens,
Gritando o que sentes,
O que precisas, o que desejas,
O que queres.
A “Distância” é perto
Quando o pensamento voa
E te encontra onde me esperas.

#1239

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