sábado, 5 de outubro de 2013

Um para descansar do desafio.


Ela era linda, sensual, irradiando luz, uma luz que me atraía, como se fosse a chama de uma vela desafiando as asas da borboleta. Nos encontros, nas brincadeiras, nas risadas, em cada segredo partilhado pelos olhos, remexido cá dentro, misturado com as nossas cumplicidades, nasceu, cresceu, floresceu, a paixão que não se evitou, tornando-me áspera a garganta, afogando-me cada palavra que queria dizer, desafinando a melodia que um anjo qualquer, teimava em tocar na minha cabeça.

Os deuses por mais poderosos que fossem, nunca conseguiriam juntar-nos. Aqueles olhos verdes, apenas veriam em mim o amigo antigo, parceiro velho de brincadeiras, ajuda invisível nos momentos em que o choro a esmagava, abraço que sentia dentro da cabeça ruiva, exército, que com ela partilhava a força. Essa enorme e terna amizade era o que sentiria, mas que eu não queria, transformada que fora em paixão, transbordando amor em cada olhar.

Chovia! A meu lado caminhava, equilibrando cada passo nos altos saltos azúis de cetim; um passo em falso, uma pedra, um buraco, não sei, tornaram o passo em tormento, no joelho que fraquejou. Estendi o braço, as mãos encontraram-se, os dedos entrelaçaram-se, o corpo girou, chocou com o meu e do abraço surgiu o beijo que na língua se enleou.

O meu coração “Acreditou pela primeira vez no impossível…” e quase morri!

#1169

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