sábado, 5 de outubro de 2013

“Mãezinha”


Sentado sobre a cama,
Folheava distraído as páginas
De outro livro,
Naquele quarto vazio de calor,
Onde o sol se recusava
A pernoitar.

Os olhos poisaram nas palavras
Que assomavam, de página
Aberta ao acaso, e li
Aquela palavra com que terminava:
“Sonho”.
Assim desterrado, abandonado,
De que vale o sonho se não for
De amor?

A porta abriu-se de repente,
E como se um sonho fosse,
Uma mulher seminua
Assomou à minha frente;
A camisa de xadrez
Que a cobria, abriu,
E o que vi deixou-me sem fala,
Mas aquela palavra surgiu
Como se fosse uma bala,
E gritei:
“Mãezinha”!

#1170

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