Adoro “Sombras” que na noite
Se insinuam, pequenas às vezes,
Logo enormes, ameaçadoras
No seu crescer.
Adoro a minha sombra, que se envergonha,
Foge, esconde-se debaixo dos pés,
Choca com as paredes, sobe,
Sobe até à janela aberta
De um qualquer segundo andar,
Dobra-se no tecto, evita o candeeiro,
Beija a mulher na cama
Estendida, cansada,
Pelo amor esvaida, e foge
Por onde entrou.
À minha frente escorrega,
Preenche todo o passeio,
Afaga as pedras brancas,
Mistura-se com as penumbras,
Disfarça-se na luz que desce do candeeiro,
Encontra-te, abraça-te mesmo que não queiras,
Passa por baixo de ti,
Vê tudo o que lhe pedi,
Nunca foge de mim.
As “Sombras” são pedaços de nós,
Que para sempre nos perseguem
E que não conseguimos controlar.
#1225
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