Acordei naquele quarto de Hotel,
Estremunhado, ainda era cedo,
Cedo demais para mim.
Vi a cama desarrumada, amachucada
Demais, para que o tivesse feito
Sem companhia.
De nada me lembrava
E a cabeça zunia,
Embalada pelos vapores
De tudo o que na noite se consumia.
Vi a janela aberta, os ferros
Da varanda, a ponta de uma camisa
Lavada, que por ali estava
Pendurada.
Fui espreitar e vi-te linda,
Quase nua; a cabeça molhada,
A toalha que a envolvia, enrolada,
A cuequinha branca, o corpo
Escorregadio, o umbigo perfeito.
A chávena de café, na tua mão
Tremeu, não sei se de surpresa
Ou por pura sedução.
Não sei o que me deu,
Agarrei-te pela cintura,
Beijei o que podia, afaguei
O que desconhecia, aqueci
O que se humedecia.
Aconteceu o que se previa,
A toalha enrolada ficou,
O café é que se entornou.
#1224
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