terça-feira, 8 de outubro de 2013

“Negro”


Foste, sem aviso, repentinamente,
Da mesma maneira que chegaras,
Que despertaras a enorme paixão
Que ainda não esqueci.

Trocaste-me pela terra que te cobriu,
Pela cal com que selaram o ventre
Que me oferecias nas noites de prazer,
E os teus olhos fechados nunca mais li,
A tua boca vermelha, perdeu a cor
Que me embalava na dança frenética,
De lábios que se misturavam, de línguas
Que se enleavam.

Foste, mas deixaste o “Negro” da noite
Em que habitas, as sombras que te acompanham,
O silêncio que caiu para não mais se quebrar,
A pedra fria, gravada com o nome
Que nunca mais pronunciei.

Foste, corpo, foste, carne,
Mas a MULHER, a que sempre vi
De olhos fechados, a que estava guardada
Atrás do coração, a que me acompanhava,
Me dava força, me inundava de amor,
Essa MULHER enorme, nunca me abandonará
Porque vive dentro de MIM… para sempre!

#1195

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