sexta-feira, 11 de outubro de 2013

“Deusa”


As divindades são perfeitas,
Assim se apresentam,
Feitas mármore em cada corpo
De estátua, imaculadas na postura,
Recatadas no olhar vazio,
Na pose.

TU, não és nada disso,
Porque o teu andar é sensual,
Provocante, a tua boca é quente,
Apetecível, sempre que humedeces
Cada lábio, na ponta da língua
Que adoro mordiscar; os teus seios
Retesam-se, expõem cada mamilo
Lindo, sempre que as minhas mãos
Os tocam, a tua anca larga,
Transforma-se em corola de rosa
Que me recebe palpitante,
As coxas fortes, que usas como tenazes
Ao envolver a minha cintura,
Ajudando-me a cumprir cada ritmo,
Que compões em ti, para que se cumpra
O ritual de prazer, que nos vai satisfazer.

Toda TU és pecado, tentação, luxúria,
Pecaminosa em cada movimento,
Em cada segredo, em cada desejo
Que me deixas adivinhar,
Escorrendo-te pelos olhos
Cada vontade, cada momento
Que a tua imaginação já urdiu.

O teu corpo escaldante
Nunca poderia ser mármore,
O mármore não tem tentações.

“Deusa”, que encontro na carne
Que me roça, no suor que me molha,
No lábio que mordisco, nas mãos
Que me procuram, nos olhos
Que não temem olhar.

#1216

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