sexta-feira, 11 de outubro de 2013

“Deus”


Ouvi chamar-te “Deus”,
Mas não sei quem és.
Ouvi da boca dos que te adoram,
Recitar as leis que impões,
Os sacrifícios a que te entregas,
Para que tantos outros o façam,
Por amor apregoam,
Em nome de uma outra vida,
Vivida depois de morrida.

Olhei o reino, onde reinas,
Vi tanta pobreza como no meu,
Tanta doença como no meu,
Tanta maldade como no meu,
Tanta falsidade como no meu,
Tanta injustiça como no meu,
Tantos mortos enterrados como no meu,
Tantos filhos enjeitados como no meu,
Tantos corações desfeitos como no meu,
Tantos sonhos abandonados como no meu,
Tantos deuses a adorar, nada no meu.
Porquê?

#1217

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