quinta-feira, 3 de outubro de 2013

“Catarse”


Talvez até já o tivesse sentido,
Talvez até o tivesse abafado,
Recalcado,
Amedrontado pelo calor
Libertado naquele acordar,
No despertar de um sentimento
Recalcado, esquecido pelo tempo,
Adormecido nos confins dos olhos,
Encadeado pela luz que se adivinhava
E queimava.
Misturou-se, dissolveu-se, pintou
Tudo, alagou espaços, correu
Como rio que desce a íngreme encosta,
Explodiu, libertou-se em enorme
“Catarse”, e o grito surgiu,
O poema cantou-o, enquanto
O aparo arranhava a pele
E o sangue pingava na carta,
Formando pétalas de rosa,
Bebendo em cada riso, uma cumplicidade,
Em cada lágrima, uma esperança.

#1153

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