sábado, 21 de setembro de 2013

“Beijo”


As mãos afagam a face, aconchegam
O teu rosto, rodeiam cada orelha;
Os olhos encontram-se, estudam-se,
Frente a frente penetram-se, procuram
Os brilhos que deixam adivinhar
Cada desejo, explodindo em nós;
Depois descem, fitam a boca entreaberta,
Consomem os lábios vermelhos,
Antevêem o calor; o corpo vai-se chegando,
Ajeitando, ocupando o espaço deixado
Livre, estreita-se o abraço, mordem-se
As bocas.
Os lábios tocam-se, empurram-se,
Mordiscam-se; as línguas dançam
Freneticamente, sensualmente, gostosamente,
Alagando tudo, trocando os espaços
Em avanços e recuos.

“Beijo” é amor;
“Beijo” consegue ser sexo.

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