Sinto-o nos ossos; provoca-me
Dor, como se me quebra-se por
dentro,
Impiedosamente; não sinto sequer
As mãos, os lábios estão secos,
Mas a sede não me atormenta;
Desce-me pela espinha em arrepio,
Enfraquece-me as pernas; os pés
Escorregam-me, patinam, resvalam;
O chão parece vidro, brilha como
se o fosse,
Mas não vejo através dele;
lentamente,
Com todo o cuidado, escolho
Onde o próximo passo darei.
O gelo que cobre o passeio é
fino,
Tão fino como papel, feito
“Banquisa” flutuando na crista de
uma onda.
No mar, o gelo não me incomodava
assim.
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