sexta-feira, 20 de setembro de 2013

“Avô”


Chamava-se José, o meu “Avô”.
Era bastante alto; a minha avó
Nem ao ombro lhe chegava; magro
Mas robusto, coxeava da perna esquerda,
De uma queda de cavalo que lhe quebrara
Um joelho; farmacêutico dedicado,
Herói da “pneumónica”, quando o médico
Fugiu da aldeia de que deveria cuidar,
Salvando vidas, queimando os mortos,
Afastando a peste que os dizimava;
Tem nome em rua, que lhe agradeceu
O esforço, a dedicação.

Lembro-me do “Avô” José, segurando
A bengala que o amparava,
Enquanto com o sorriso,
A minha cabeça afagava.

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