sexta-feira, 13 de setembro de 2013

“Abraço”


Quando à noite percorro as ruas
Desertas, oiço o eco de cada passo
Que dou, pisando a calçada que me conhece
E sinto:
O abraço de cada sombra
Que em envolve.

Quando do mar me acerco
Devagar, contemplo cada onda, cada
Espuma, o voo planado das gaivotas,
O silêncio do areal;
E sinto:
O abraço da enorme calma
Que me invade.

Quando no meio do temporal
Estou, e o vento me fustiga incansável,
A chuva invade os espaços que de mim
Sobram;
E sinto:
O abraço húmido
Que me acorda.

Quando te vejo,
Quando estás,
Quando queres,
Quando desejas,
Quando ficas,
Quando me envolves,
Quando me olhas,
Quando te calas,
E sinto:
O abraço, que de tão desejado
Me inflama.

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