sexta-feira, 13 de setembro de 2013

“Abandonar”


No caminho que percorro, na encruzilhada
Que encontrei, a tabuleta dizia: “Abandonar”,
E o chão voltava para o lado, onde
As flores eram mornas, o vento
Era brisa, o mar estava azul cheio
De uma calmaria podre, em cada foz
Que desaguava sem lamas, misturando-se
Com anoiteceres de lua cheia e brilhos
De diamantes.

Mas também havia um chão que continuava,
Que não fugia, qua não se desviava e, a tabuleta
Que o apontava, dizia: “Contínua mesmo que doa;
O sonho é por aqui!”; e por ali havia
Névoas, por ali havia saudades, por ali
Havia fantasmas, por ali havia
Medos. Mas por ali também havia
Alegria, por ali também havia cumplicidade,
Por ali também havia amor, por ali havia
Verdade.

“Abandonar”? Nunca; nunca irei por aí.

Sem comentários: