Prometo...

Em frente, sempre, depois do último passo

Esquecer, seja erro ou vitória conseguida,

Festejada, saboreada, passou, para trás

Ficou, o que interessa é este passo que agora

Dou, no presente que já deixará de ser

Quando o outro pé voltar a mexer.

Em frente, sempre, vendo, aproveitando, ou simplesmente

Às cegas, tropeçando, chorando, cambaleando

Eternamente esperando que exista chão

Mais à frente, para que passo não se perca

No estio, na vastidão de uma enorme seca

Ou de um horizonte vazio.

Em frente, sempre, de mão dada, passos

Certos, obedeço ao TEU caminho,

Desprezo todos os rumos, avisto

Esperanças, ergo castelos sem portas,

Mas belos, de ameias e janelas

Tortas, onde a liberdade não tem libelos,

E das prisões, desconhece amarras e não avista

Portões.

Em frente, sempre, mesmo se tropeço e, da mão

Me despeço, sigo sozinho saboreando

O calor do último carinho, procurando

Na madrugada em que o Sol

Despertará nos olhos húmidos e brilhantes,

A vida que faltava, o sonho que se ansiava,

Juntando outros tantos instantes,

Em que o rumo me ditará o que faltava

Para encontrar o caminho que farei

Em frente, sem me desviar, porque desta vez

Se não vencer, morrerei!

Prometo,

Em frente, sempre!