quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Gosto


Gosto de mãos.

Adoro mãos. Adoro desenhar mãos.

Gosto das mãos de uma mulher tal como gosto dos olhos. As mãos fazem parte do meu conceito de namoro. As mãos são o princípio e o fim do sexo, as mãos mostram o que se quer, onde se quer, como se quer.

Gosto de mãos fortes, mãos que apertem, mãos que respondem, que se sentem.

Gosto de mãos desenhadas, onde os nós dos dedos são salientes, onde os sulcos são cavados, mãos quentes no toque, onde a temperatura não interessa, mãos que respondem, que agarram mas que sabem afagar com ternura, que sabem tocar quase sem tocar, que provocam arrepios que percorrem o braço, que fazem estremecer os corpos.

Gosto de mãos porque gosto de dar a mão. Adoro andar na rua de mão dada com a mulher que amo, sempre, sempre porque me dá prazer.

Gosto de andar de mão dada, mas sem agarrar e ficar. Não, isso não, isso não é andar de mão dada. Andar de mão dada é namorar com as mãos, é apertar um corpo, é abraçar com força ou levemente, com toda a ternura, é entrelaçar os dedos, é trocar os dedos, é encostar apenas as mãos, é sentir o corpo ali, em cada toque, é dizer amo-te, é sentir o desejo-te, é um jogo, é uma arte, é sexo.

As mãos são o princípio de quero-te, são o começo de estou aqui, são a continuação do prazer que te devolvo. As mãos são fogo.

As minhas mãos detestam estar sozinhas.

As minhas mãos foram feitas para te percorrer.

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