Gosto de mãos.
Adoro mãos. Adoro desenhar mãos.
Gosto das mãos de uma mulher tal
como gosto dos olhos. As mãos fazem parte do meu conceito de namoro. As mãos
são o princípio e o fim do sexo, as mãos mostram o que se quer, onde se quer,
como se quer.
Gosto de mãos fortes, mãos que
apertem, mãos que respondem, que se sentem.

Gosto de mãos porque gosto de dar
a mão. Adoro andar na rua de mão dada com a mulher que amo, sempre, sempre
porque me dá prazer.
Gosto de andar de mão dada, mas
sem agarrar e ficar. Não, isso não, isso não é andar de mão dada. Andar de mão
dada é namorar com as mãos, é apertar um corpo, é abraçar com força ou
levemente, com toda a ternura, é entrelaçar os dedos, é trocar os dedos, é
encostar apenas as mãos, é sentir o corpo ali, em cada toque, é dizer amo-te, é
sentir o desejo-te, é um jogo, é uma arte, é sexo.
As mãos são o princípio de
quero-te, são o começo de estou aqui, são a continuação do prazer que te
devolvo. As mãos são fogo.
As minhas mãos detestam estar sozinhas.
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