domingo, 10 de março de 2013

Nós…


Eu sei que me lês,
Sei que me lês sempre,
Que vibras, que te sentes,
Sei e às vezes não digo…

Porquê?
Porque perguntas se já sabes?

Não digo,
Porque o poeta não diz tudo,
Porque o verso se perderia
Se tudo esclarecesse,
Ficaria vazio de mistério,
Deixaria de ser poema.

O poema é incompleto,
É preciso ler,
O que se escreve com a tinta
Que se não vê,
Aquela que se põe entre as palavras,
Que aparece depois dos acentos,
Aquela que é como nós,
Que estamos juntos e ninguém
Vê, na nossa invisibilidade,
Escondidos,
Como se ladrões fossemos,
Porque assim queremos
E desejamos.

Com essa tinta escrevo palavras
Que só tu poderás achar,
Porque para isso é preciso saber
Sonhar,
É preciso ter enorme esperança,
E querer.

Eu vejo-te,
Sei onde estás,
Sei o que queres,
E o que não sei não quero saber,
Sei que te importas,
Sei do que gostas
E como gostas,
Sei que sabes o mesmo
De mim,
E que o que não sabes
Também não queres saber,
Porque mais importante que tudo
Maior, mais forte,
É gostar como gostamos,
Amar como amamos,
Sentir como sentimos,
Ler como lemos,
O que está escrito, aqui,
Com a tinta que se não vê,
Aqui entre linhas,
Aqui entre palavras,
As minhas palavras…
As tuas respostas …
As nossas promessas…

Nós…

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