segunda-feira, 11 de março de 2013

É muito melhor assim!


Sabes, há tanta pergunta sem resposta, tanta coisa que sempre pensei perguntar em cada encontro, sempre pensadas de véspera quando a hora se aproximava, algumas sempre iguais porque foram ficando, outras que as cumplicidades apontaram, as emoções quiseram saber, as raivas deixaram nas feridas, as saudades atiçaram. Sim tantas perguntas sem resposta, e as dúvidas não esclarecidas, esquecidas, ignoradas.

Mas tu sabes porquê, porque também as terás, também as imaginaste de véspera, também juraste perguntar, pensaste esclarecer e não deu. Nunca deu, nem nunca dará, eu sei e tu também sabes, que nunca conseguiremos lembrar-nos, nunca conseguiremos fazê-las, porque é mais forte que nós, o que vivemos nesses momentos.

Quando temos tempo, quando acontece, quando conseguimos, não queremos perguntar, porque não é preciso, porque todas as respostas estão respondidas, todas as dúvidas estão esclarecidas, mesmo que voltem depois, mesmo que se sintam nos corpos, depois das saudades ferirem na solidão que se instala.

Quando temos tempo, quando acontece, quando conseguimos, não queremos perder tempo, não queremos desperdiçar os segundos, não queremos que nada fuja, aproveitando cada olhar, cada gesto, cada palavra nova, cada loucura presente, cada pedaço de nós.

Quando temos tempo, quando acontece, quando conseguimos, cresce a magia, o improvável existe para se viver, é altura de sentir, porque logo terminará, e de cada momento apenas ficará mais uma recordação, que queremos boa, sem perguntas, sem respostas, apenas com emoção.

Podia agora perguntar-te tanta coisa, coisas que ficaram por perguntar, mas de que serviria? Não o vou fazer, não o quero fazer, porque assim destruiria todas as perguntas, criaria outras certezas, enterraria incertezas, e do sonho conseguiria apenas pedaços de ti e de mim.

Não. É muito melhor assim!

(11.03.2013)



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