sexta-feira, 6 de maio de 2016

Faltamos apenas…



Os pombos estavam lá. A água estava lá. O charco estava lá. As pedras negras estavam lá. A calçada estava lá. As janelas reflectidas estavam lá. Sim, mas não chovia, Também não chovera, Os pombos não formavam bando, As pedras não eram iguais, A calçada não era perfeita, As janelas não eram imagens. Tudo verdade, Tudo igual, Tudo se juntou naquela Hora, e ficou para sempre Impresso, desenhado, Perfeito. Tudo não, Falta ali um sinal De ti, no pé que assoma Do sapato que chapinha, E faz desaparecer o reflexo Que torna a imagem Perfeita. Falta ali um sinal De mim, e do pé Que junto ao teu Estaria, para desenhar Todos os salpicos ao bater, E faria desaparecer o reflexo Que torna a imagem Perfeita. Falta ali um sinal Das mãos, que dadas Estariam, para nos equilibrar Na loucura que adoramos Ter, E faria desaparecer o reflexo Que torna a imagem Perfeita. Faltamos apenas…

(António Amaral)

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