terça-feira, 19 de agosto de 2014

“Desenho-te”



“Desenho-te” em cada acordar,
No desassossego de cada sonho,
Na sofreguidão de cada adormecer,
Com traços finos
De gotas do denso nevoeiro,
Pintados de cores
De borboletas vermelhas,
Misturadas no amarelo do pólen
De cada Primavera.

“Desenho-te” enquanto o traço
Me escapa das mãos,
Escorrendo entre os dedos
Incapazes de o segurar,
E percorrem-te,
Atam-te,
Tolhem-te…
Deixam-te nua,
À mercê da boca
Que nasceu para te cantar.

#1907

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