sexta-feira, 15 de agosto de 2014

“Candeia”



No bote velho e carunchoso,
Deixavas-te arrastar sem resistir,
Pela força da corrente desse rio barrento
Que te guiava,
Na permanente escuridão
Onde não moravam sonhos,
Nem cores,
No silêncio das melodias esquecidas,
Dos maestros mortos,
Dos pintores cegos,
Das asas queimadas,
Dos deuses afogados.
Precisavas de luz,
Mesmo que fosse a ténue luz
Da “Candeia” que te ofereci,
Que te recortou na penumbra,
Que te deu o remo,
Que te ajudou a navegar
Até aqui.

#1903

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