sábado, 26 de outubro de 2013

“Desamor”


Espaços vazios, frios,
Desertos,
Feridos em peitos abertos,
Exaustos, cansados de cada dor,
Flores murchas, pisadas, esquecidas,
Músicas caladas, torrentes tolhidas,
Lençóis esticados,
Sonhos enrolados
Na solidão,
Saudades, desejos de cada paixão.

Os sóis não mais amanhecem,
Os olhos fecham-se, escurecem,
Em cada céu voam morcegos,
As cumplicidades transformam-se
Em desapegos,
Dos anos só restam Janeiros,
Os ódios permanecem inteiros,
As mãos fechadas, arrefecem,
Os rios correm em leitos imundos,
As lágrimas abrem sulcos profundos,
Os corpos não mais aquecem.

A solidão na vida instalada
Cheira o “Desamor”
Neste sabor,
Que não sabe a nada.

#1228

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