Correste como o vidro,
Vermelho, pastoso, do cadinho
Onde foste desfeito,
Filho da mesma mãe,
Foste eleito (não sei por quem)
Para ser mais perfeito.
A luz dá-te brilhos, reflexos,
Que o vidro não tem;
O arco-íris habita as tuas entranhas,
Como se aí tivesse nascido,
Acompanhado por enorme
Orquestra, que entoa a melodia
Que libertas, se te fazem vibrar.
És copo, garrafa, estatueta
Perfeita, lapidada
Como se diamante fosses,
Mesmo sendo apenas “Cristal”,
E de tão nobre envelheces,
E um dia, como vidro apenas,
Desapareces.
São assim os amores que muito brilham,
Frágeis
Como se de cristal fossem,
Quebradiços, escorregadios,
Coloridos e quentes, quando cheios,
Transparentes e frios, se vazios.
#1180
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