Tens razão, estás completamente certa,
De onde apareceu esta paixão,
Assim ardente, repleta
De desejos que nos invadem
Sem nada dizer.
O “Contrato” não dizia amor,
Apenas amizade, compreensão
E alguma (pouca) cumplicidade;
Mas como toda a gente,
Lemos a correr,
E assim só vimos,
O que queríamos ver,
Esquecendo as entrelinhas
E as letras miudinhas,
Das cláusulas especiais.
Aí dizia: Cuidado, muito cuidado,
Os vossos sonhos são estranhos,
Os horizontes improváveis,
As cumplicidades não são
De amizade; vão sofrer,
Vão pagar o incumprimento,
Vão consumir-se no desejo,
Nascido de um pequeno beijo,
Imposto pelo amor que não
Se contrata, não se planeia,
Na liberdade de cada um,
Na vontade de dois,
Inteiramente.
#1181
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