Da sílica da areia nasceste,
Transformado em água pelo fogo
Ateado num forno qualquer; do
cadinho
Correste vermelho, de borra
coberto,
No teu próprio sujo.
Uma gota tua agarrou-se na vara,
Que mãos hábeis em ti
mergulharam,
E da boca dessas mãos
Te sopraram, rodaram,
arredondaram,
Até que a perfeição chegasse;
foste
Alisado, arrefecido, cortado;
desapareceu
O vermelho do quente
E ficaste transparente. Outra gota
Juntaram onde o V terminava,
E da gota esticada nasceu
Pé, achatado na ponta,
arredondado
Para te equilibrar na bandeja
Ou no tampo da mesa.
E a tua beleza era tal
Que quiseram imortalizar
Tua imagem,
E o resultado afinal,
Foi o que aqui se vê,
Ninguém diz que és “Copo”
E o que conseguem enxergar
A tua mente vai emporcalhar.
#1159
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