Num mundo cada vez mais feio,
Onde a selva parece
Mero jardim-de-infância,
Vive-se de aparências, compram-se
Ilusões, mascara-se a verdade,
Compram-se imagens,
Sacrificam-se valores,
Engana-se quem vê,
Manipula-se quem sente.
O dinheiro canta e encanta,
O silicone instala e aumenta,
O bisturi remenda, esculpe,
A tortura da beleza dá prazer,
Para os menos abastados,
Que desses truques
Se vêem afastados, pela
Penúria que os atormenta,
Chegaram os “Push-UP”
E a imagem sensualizada aparece,
Redonda, repuxada,
Ousada…
Mas depois chega a noite
E as carícias, acordam o desejo,
Na mão, no beijo;
Dedos hábeis desapertam
O fecho que esconde o segredo,
Libertando a carne oprimida,
Faz gritar a surpresa contida,
Enquanto a gravidade, essa terrível
Força, descai o que pesa,
Pende o que de mole,
Rijo prometia.
#1128
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