A mão, puxou docemente
A minha; a outra vagueou perdida
Pelos meus cabelos, desceu,
Circundou o pescoço, adormeceu;
Os lábios sedosos, humedecidos
Num vermelho arrebatador,
Encontraram abrigo, onde eu estava
Pronto a recebê-los; os seios
Aninharam-se suavemente,
Sentiram-se palpitar, no consumir
Lento de todo o ar, que o meu peito
A custo continha. Abraçados
Rodopiámos, parecendo embalados
Por música que pequenos seres
Entoavam aos nossos ouvidos,
E continuámos assim embevecidos;
Queríamos continuar, despojar
Os corpos das roupas incómodas,
Muros que impediam a pele
De se beijar, consumindo todo o desejo,
Que o beijo,
Acendera. Impossível!
Estávamos presos, atadas, enrolados
Em brancas “Ligaduras”, que por magia
Nos envolviam, obrigando o abraço
A permanecer, o beijo a reviver,
Contrariando todo o desejo,
E se possível… esquecer.
#1133
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