Os olhos são lindos, nem sei
Definir-lhes a cor: enormes pestanas
Os adornam; admiro-as enquanto
Arqueias as sobrancelhas; o nariz,
A boca de lábios perfeitos, a face
Bronzeada; um mar nos cabelos
Loiros que completam a silhueta
Perfeita.
No corpo nada a apontar; seios
Redondos, firmes, anca torneada
Por curvas desenhadas
Por habilidoso escultor, que decerto
Usou o mesmo cinzel,
Para esculpir as pernas, os pés,
Cada dedo.
Mas nos olhos esconde-se o brilho,
Na boca, os beijos foram engolidos,
Nos seios não existem as minhas mãos,
Na anca não dançam prazeres.
A “Escolha” não se faz a olhar,
A medir ou a pesar; os olhos precisam
Dançar juntos, ler-se, as mãos, entender-se,
Os corpos fundirem-se, os corações
Explodirem, o desejo partilhar-se
E a liberdade… ver-se.
#1131
Sem comentários:
Enviar um comentário