quinta-feira, 26 de setembro de 2013

“Carta”


Na folha branca
De linhas azúis,
O aparo velho,
Pendurado no cabo
De madeira ressequida,
Escorre lentamente
A tinta tomada,
Num tinteiro meio,
Gasto de promessas
E juras de amor.

Dia após dia, juntou
Palavras escolhidas,
Arrancadas ao sentimento
Atormentado, às muitas noites
Perdidas, nos sonhos
Inacabados, na esperança cega,
No investir sem nada pedir.

Era mais uma “Carta” de amor,
Das muitas que escrevera;
Era apenas mais uma,
Com envelope e selo,
Sem se importar
Com o ridículo,
Que uma carta,
Hoje,
Pode causar.

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