sábado, 10 de agosto de 2013

A Natureza errou!


A natureza só tem regras cruéis. Na natureza só sobrevivem os mais fortes, os mais aptos, os mais matreiros, os mais astutos, os que melhor se adaptam, os mais velozes. Permite-se que mães devorem os filhos, que os abandonem, que matem os machos, que se formem haréns, que se acasale uma única vez e se abandone o parceiro, que se ame para toda a vida, que todos sofram a agonia de ter os seus próprios predadores, que estes tenham outros que os perseguem e devorem, que as enormes florestas ardam, que os rios sequem, que os mares afoguem quem se aventura nas suas margens, que os rios arrastem tudo nas enormes cheias, que serpentem minúsculas envenenem toneladas de carne.

Mas as regras da natureza, cruéis, não mudam, extinguiram espécies inteiras que não as acataram, mas sempre foi assim, quando se nasce na natureza já se sabe o que se vai encontrar, como é e como será, porque as leis ficam iguais, inalteráveis e cruéis para sempre e durante todo o sempre.

Mas nem a natureza é perfeita, a natureza também comete erros, ou melhor, a natureza para ser perfeita precisava de emendar o único erro que cometeu desde que se conhece. A natureza, ao fim de milhões de anos de fazer tudo bem feito, cometeu um erro, um enorme erro, que possivelmente a irá destruir e depois, sem natureza, o próprio erro sucumbirá.

A natureza errou quando criou o homem. Sim, esse ser que começou a andar de quatro, e um dia descobriu que um pau afiado era uma arma, que essa arma servia para matar, que matar lhe dava prazer, que o que matava não era só para comer, que o sílex produzia fogo, que o fogo o aquecia, que o calor modificava o ferro, que o ferro se podia afiar, que o afiado cortava, que os cortes sangravam, que o sangue se bebia, que alguns pós explodiam, que as explosões tinham força, que a força empurrava as balas, que nem só as aves voavam, que para voar não era preciso nascer com asas, que o mundo onde nasceram era demasiado pequeno… nesse dia a natureza cometeu o seu único e enorme erro.

O erro de ter criado uma espécie que não se respeita, que não cumpre as regras, que as altera, que as manuseia, que as torna ainda mais cruéis, que faz outras leis, leis contra a natureza, para controlar os que são fortes, para que os fracos possam mandar, enriquecer, roubar, ser alimentados pelos controlados, semear a discórdia, não cumprir as mesmas regras que estabeleceram, manipular, criar crenças, ameaças imaginárias de deuses que castigarão os maus.

Homens que desenham em papéis, o rumo da vida de outros homens, condenando-os à escravatura, ao sacrifício, à fome, às maiores atrocidades e, que não contentes com esse exercício de manipulação mesquinha, destroem as outras espécies apenas para aumentar os pecúlios que na sua avareza acumulam.

A natureza cometeu um único e enorme erro. A natureza vai pagar caro esse erro se não destruir rapidamente quem distraidamente criou.

Sem comentários: