Olha-me como se me quisesses inflamar por dentro, derretendo-me.
Beija-me, sufoca-me com a tua língua, engole a minha, mistura as salivas, prova o meu paladar.
Morde-me os lábios, as orelhas, os dedos, cada mamilo, faz-me sentir que me dói.
Lambe-me os olhos, os lóbulos das orelhas, o pescoço, o meio das cochas e fica por aí.
Pisa-me no meio da dança, não acertes sempre o passo, desalinha a coreografia, reinventa cada pé.
Abraça-me com força pela cintura, cruza as mãos no meu pescoço, percorre-me as costas, desenha-me caminhos desconhecidos.
Dança-me ao som de uma surda melodia, compõe a nova pauta, chama-me tango sensual, transforma o compasso em prazer.
Deita-me no teu colo aberto, esfrega-me no lençol que habitas, aquece-me envolto nas tuas pernas.
Come-me mesmo que o sal te falte, tempera-me com odores do teu corpo, acompanha-me com pedaços de ti.
Apaixona-me pelas noites mal dormidas, pelas emoções sentidas, pelas sensações e relações investidas.
Apalpa-me cada recanto de prazer, cada zona fervente, acariciada com ternura.
Consome-me o tempo, todo o tempo, o descanso, o cansaço, o desejo, a vida.
Olha-me, beija-me, morde-me, lambe-me, pisa-me, abraça-me, dança-me, deita-me, come-me, apaixona-me, apalpa-me, consome-me e volta ao princípio e faz-me tudo outra vez, e no fim não te esqueças e ama-me, e ama-me e volta ao princípio.
Sem comentários:
Enviar um comentário