segunda-feira, 8 de julho de 2013

Loucuras - a última resposta

© Nino Muñoz 

A conversa calou-se, os olhos descansaram num olhar e ficaram presos, o riso substituiu-se, o silêncio encheu o espaço numa enorme onda, as paredes foram-se aproximando, o espaço encolheu, quase nos tocavam, o medo fez as mãos procurarem ajuda…

De repente, inexplicavelmente a vela apagou-se e tudo mergulhou em escuridão

Mas o medo desapareceu, os olhos continuaram a olhar mesmo sem nada ver, as mãos continuaram presas no enlear dos dedos que se apertavam, o calor foi tomando conta dos braços, do peito, dos ventres. A distancia encurtou… o riso voltou mais quente, o riso transformou-se em gargalhada que irrompeu pelas nossas narinas, remexeu o cérebro distraído.

As paredes, as janelas, a mesa, os copos, a cama iluminaram-se de um vermelho vivo, vermelho das chamas que haviam despontado nos corpos agora abraçados. Desejei dizer o que sentia, mas como se os lábios estavam ocupados nas delícias da boca que comigo tremia?

Então a boca afastou-se, senti-a junto ao ouvido, um leve sopro, apenas uma brisa, e ouvi: “Eu faria Amor contigo agora…  “. Se o calor ali nos tinha levado, não fazia sentido perguntar.

A última palavra que pronunciei foi “Querida”, porque do resto os corpos contam a história do que aconteceu.

Sem comentários: