Gatos são animais que admiro.
Os gatos são irreverentes, são
imaginativos, são elegantes, meigos e ariscos, autênticos tigres, selvagens
quando caçam, crianças traquinas depois de dominar a presa. Os gatos dão passos
de silêncio, mal deixam rasto, saltam todos os obstáculos, enfrentam
corajosamente inimigos e predadores, ágeis como o vento que atravessa as
folhagens mais densas.
Os gatos são limpos, o pelo está
sempre impecável, penteado, lavado. As patas são fofas, autenticas almofadas de
cetim, e as pernas elásticas e musculadas torna-os máquinas perseguidoras, onde
as alturas não são obstáculos e as garras escondidas navalhas afiadas.
Os gatos são um misto de elegância
e de inconformismo, de pantera e de tigre, mas também parece terem asas quando
saltam dando a sensação de planar no ar. Os gatos são indomáveis na sua eterna
e enorme liberdade. Adoro quando oiço o seu ronronar, amassando com as patas o
colo onde se enroscam, mas não os julguem rendidos ou dominados porque de
súbito podem atacar.
Mas os gatos lambem-se, horas a
fio sem se cansar, lambem-se e lambem, lambem tudo com as suas línguas um pouco
ásperas, mas quando lambem apagam, afagam, amolecem, humedecem, saram, aquecem…
A língua dos gatos é o que de mais perigoso existe porque é incansável, porque
é irrequieta, porque não conhece limites nem fronteiras.
A língua dos gatos é simplesmente…
isso!
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