quinta-feira, 28 de março de 2013

Às vezes acontece que envergonho as pessoas ou as pessoas envergonham-se de mim...



Às vezes acontece que envergonho as pessoas.

Porque o faço, como o consigo, será um defeito meu, será propositado, ou inconsciente?

Não sei, porque o que sei realmente é que acontece. E acontece sempre nas ocasiões mais estranhas, por isso me baralha.

Acontece quando estou presente, de corpo inteiro, ou quando estou ausente e escrevo, respondo, digo, escuto, leio, sei lá. Se faço de propósito, não quase nunca faço de propósito, e quando o faço, ninguém tem dúvidas do que aconteceu.

Mas acho que tem a ver comigo, mesmo com a maneira como sou, e como me ponho na vida.
Por outras palavras, estou-me sempre cagando para as opiniões dos outros, estou-me sempre cagando para as aparências e quem não gostar que não «consuma».

Eu sei que muitos não estão preparados para isto, entrar numa reunião onde está o Sr. Presidente Daqui, Mais o Sr. Presidente Dali, mais o Sr. Vogal de Acolá, mais trinta gajos bem engravatados, de fatinhos engomados, e eu ir em mangas de camisa, calcinha de ganga e com a barba de uma semana, envergonha muita gente, que nem se aproxima para não se pegar.

Quando escrevo, muitas vezes sou violento, tenho quase sempre opiniões contraditórias, provoco mal-estar nas pessoas, mas azar, é o que penso, assumo tudo o que faço e digo, não me escondo, não me arrependo. Mas acho que o que incomoda ainda mais é o que não está dito, é o que fica entre as palavras, entre as linhas.

Claro que aí também estão coisas escritas, às vezes mais do que o que está escrito no texto, mas aí cada um lê o que quer, cada um escreve o que quer ouvir, ou pensa ouvir, e se se quiser envergonhar está no seu direito, quem quiser fugir está no seu direito, mas não me culpe a mim.

Sim não me culpem, porque quando eu quero mesmo envergonhar alguém, ninguém fica na dúvida, todos vão perceber.

(15.03.2013)

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