sexta-feira, 8 de agosto de 2014

“Os-Nomes-Do-Silêncio”



Na sala, as cadeiras
Estão vazias, nas estantes
As pautas arrumadas,
Em cada caixa
Um instrumento sem músico,
No silêncio da melodia;

No cemitério, as campas
Cobertas, encerram os esquifes
Fechados,
Nos corpos deitados,
No silêncio da respiração;

Na mente, as raivas
Contidas, calam motivos,
Escondem razões,
Desenhando lâminas de indiferença,
No silêncio da fúria;

No olhar, o desejo
Secreto, acende o fogo,
Rebrilha nos olhos,
Esperando em cada momento,
O olhar que o perceba,
No silêncio da paixão.

“Os-Nomes-Do-Silêncio”
Estão escritos,
Por detrás dos olhos.

#1991

1 comentário:

Maria disse...

É um prazer passar por aqui!António Amaral.
Por de traz dos olhares(silêncios)
Nasce vida!!!
Pena que nem todos o entendam.