Hoje li um texto sobre a prática de Sexo Tântrico, orgasmo tântrico, dificuldade na obtenção do orgasmo feminino, excitação do clitóris, do ponto G, e outras coisas do género, onde se diz também que falar de sexo não faz mal.
Sobre esta última observação não tenho nada a opor, também acho que falar sobre sexo não faz mal, antes pelo contrário, faz bem, especialmente se falarmos de sexo com a pessoa certa e, com isso, aumentarmos o conhecimento que temos dessa mesma pessoa, aumentando a capacidade de lhe dar prazer (e de receber também). Mas falar de sexo aqui também não faz mal, recuperar palavras tabu, como dar uma queca, foder, gozar, vir-se, tesão, em vez dos termos clínicos ou socialmente aceites, também não faz mal, porque não têm nenhum sentido ofensivo.
O que me leva a estar aqui a escrever esta merda, é que depois de ler os referidos textos, escrevi na minha página do Facebook, uma coisa do género:
“Ainda bem que estou no Júlio de Matos porque me podem internar mesmo aqui.
Estou farto de me rir sozinho, depois de ter lido um texto sobre SEXO TÂNTRICO e o meu cérebro "fatela" começou logo a desenhar imagens provocatórias sobre o tema, e sobre o ORGASMO TÂNTRICO ou do VALE.
O que VALE é que agora não me apetece escrever mais sobre isto (porque me está a saber bem rir sozinho).
Mas depois vou voltar.”
Os meus amigos colocaram lá uns “Gosto” e uns comentários provocatórios. Como nunca fujo de uma boa luta, resolvi responder-lhes à letra.
Para que toda a gente saiba o que li, vou colocar aqui uma pequena parte, que julgo vos irá elucidar. Passo a citar:
“Qual a diferença entre Sexo e Tantra? OSHO
Seu acto sexual e o sexo tântrico são fundamentalmente diferentes. Seu ato sexual é para aliviar; é como dar um bom espirro. A energia é jogada fora e você fica aliviado. Isso é destrutivo, não é criativo. É bom, terapêutico. Ajuda você a relaxar, nada mais.
O sexo tântrico é diametralmente oposto e completamente diferente. Não é para aliviar, não é para jogar energia fora. É para permanecer no ato sem ejaculação, sem jogar energia fora; permanecer no ato excitado — apenas na parte inicial do ato, não no final. Isso muda a qualidade — a qualidade final é diferente.”
Peço desculpa de ter mudado isto para português arcaico, mas não sigo as regras do novo acordo ortográfico (só porque não me apetece). Depois passa a designar-se o orgasmo típico de orgasmo de PICO e ao tântrico, orgasmo de VALE. Muito lindo! Um fica lá em cima, o outro fica cá em baixo, um chega ao clímax, o outro não, é só relaxamento e meditação. Vou deixar por agora as congeminações sobre o clitóris e o ponto G.
Quem não ler mais e ficar por aqui, vai achar que eu sou contra o sexo tântrico, mas não sou! Sou a favor, sou um fervoroso defensor desta arte, mas ligeiramente diferente, porque a versão de que sou adepto, sofreu algumas alterações que lhe introduzi, não para melhorar a versão original, mas para a adaptar aquilo que eu julgo que é sexo, daquele nojento, porco, pecaminoso, que dá um gozo do caraças, daquele que não serve para relaxar, nem para descontrair, porque depois dele, ficamos tão derreados que só nos apetece comer bifes crus, a escorrer sangue, para ver se retemperamos as forças. Daquele que é tão bom, que nos apetece repetir logo, mesmo que para isso tenhamos de voltar para a cama de gatas, com os joelhos todos esfolados, bem como as palmas das mãos, nos ardam os arranhões nas costas e os lábios estejam gretados de tanto beijar.
Eu, contrariamente ao que se pratica no sexo tântrico, não pretendo dar lições a ninguém sobre prazer e foder, e muito menos vender aquilo que estou a escrever. Claro que não vou dizer tudo, não vos vou ensinar os truques todos, porque investi muitos anos de trabalho aturado, a praticar e a aperfeiçoar todos os detalhes, e se o fizesse, além de divulgar alguns pormenores íntimos, iria criar um problema social, porque os meus seguidores, decerto fundariam uma seita ou pior, uma igreja, e isso iria desestabilizar a Europa (ainda mais), e baixaria a produtividade, porque todos estariam a pensar em sexo e não em trabalho.
Claro que atingir o orgasmo para muitas mulheres, não é tarefa fácil, mas não porque elas tenham algum “defeito” (tirando o de serem umas complicadas), mas por continuar a existir uma deficiência acentuada na educação que os pais (pai e mãe) dão às filhas e isso tem a ver com cultura, liberdade e igualdade. Mas não se fica por aí a dificuldade. Passa também pela estupidez masculina, machista, e egoísta (também herdada da educação), que descura tudo aquilo que não deve ser descurado, não respeitando o que deve ser respeitado.
Claro que o clitóris da mulher é importante e, o ponto G (seja lá o que isso for) também. Se o encontrarem claro está. Mas o mais importante é o clima que criamos, é o à vontade que existe entre os dois, são as cumplicidades, é o sexo sem barreiras e sem restrições ou tabus, é o abusar do que nos dá prazer e ignorar o que não é suficientemente gratificante, é a imaginação que se põe na coisa, é o aproveitar de fetiches e fantasias de cada um, é o investigar o que excita o parceiro e mostrar o quanto gostamos de saborear essa excitação. Isto é muito mais importante do que andar de cú para o ar, à procura do ponto G (será que ouvi umas gargalhadas?).
Depois é bem simples, se o parceiro estiver sintonizado, os preliminares começam com os olhos, com as palavras, com o recordar da última vez, com a boca que procura cada ponto que já conhece, que se aventura pelo que lhe é ainda desconhecido, enquanto as mãos descobriram uma nova carícia para acrescentar, e o roçar dos corpos se torna imparável, as posições se tornam acrobáticas, o rebolar nos derruba da cama. E quando se atinge o PICO (sexo tântrico, lembram-se?), não vamos nada relaxar nem meditar, nem vamos fazer pequenas penetrações quando a tesão se começa a esquecer, porque a ideia é ficar no PICO, bem perto do ORGASMO do PICO e não para descer até ao VALE.
O que VALE a esta malta é que sou um gajo educado, e por isso não vou fazer considerações sobre PICOS e VALES, nem o que VALE um PICO, mas para mim é mesmo o PICO que interessa e é aí que uso todos os truques para que não fuja (não o meu PICO, mas o PICO em que TU estás).
Esses truques têm a ver com as carícias que se fazem e que mudam de lugar, escolhendo um menos “quente”, mas suficientemente “quente” para manter o PICO aceso sem o aumentar, tem a ver com pequenas distracções criadas para mudar o foco da atenção, mas nunca sem perder o PICO de vista.
E este sexo tântrico pode durar uma hora, duas, três, uma noite, um dia se assim o desejarmos e se os rins resistirem ao esforço, com a diferença que a excitação está sempre no PICO e podem crer, que a partir de uma certa altura, a tesão passa a ser cãibra, e não há nada que a desgaste ou diminua. Mas fora isso, todo o prazer fica lá, cada minuto vale uma hora, porque qualquer descuido é o clímax (e lá temos de começar outra vez – grande sacrifício!).
Mas neste sexo tântrico o objectivo é mesmo chegar ao ORGASMO DO PICO e nunca descer ao VALE, porque para mim os VALES provocam-me falta de ar.
Aposto que muitos de vocês já sabiam isto, já o fizeram, mas como são uns sacanas não disseram nada a ninguém. Queriam ficar com isso só para vocês? Pronto, agora já vos desmascarei.
A todos desejo orgasmos no PICO. E meditem só quando estiverem sozinhos, meditam no que irão fazer quando abraçarem quem devem levar numa viagem inesquecível… até ao PICO.
6 comentários:
Como é possível este texto não ter um único comentário....
**** É UM ESTRONDO !!!!
DD
DD, é forte demais (será?). O pessoal acanhou-se! Beijos.
Este texto.Deveria ser lido por muitos técnicos da área(dizem eles que são técnicos e alguns acredito)
ás vezes as pessoas estão de acordo
Acredito que estejam
Mas não conseguiram livrar-se dos medos,inseguranças de falhar.
Agora que o sexo é para ser vivido como aqui foi retratado.É!
Paixão,desejo,amor.
Amem-se CRIATURAS.Comam-se...!
Com verdade e Inteiros!
Adorei é pouco!António.
Tens razão, Maria.
O Sexo é mesmo para ser VIVIDO.
O Sexo é mesmo para ser SABOREADO.
O Sexo é mesmo para ser levado, ao LIMITE.
Beijos para ti
Hoje apeteceu-me voltar a ler este texto.
Passado quase dois anos!
Quanto mais envelheço...
Parece que fui feita ao contrário!?
Já a minha mãe o dizia.
Era miúda,não entendia,até achava graça!(mas não sabia porquê)
Hoje aos 57 anos
Tenho a certeza!Continuo a achar graça
E sei muito bem o porquê!
Beijo-te António.
Obrigado, Maria.
Às vezes é preciso sermos ao contrário.
O que falta a muita gente é coragem para que sejam.
Beijos
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