segunda-feira, 17 de março de 2014

“Quixote”


Não eram moinhos de alvas velas,
Em cavaleiros transformados,
Envolvidos nas sombras que na noite iluminada,
O luar transportava até mim;

Não eram dragões horrendos,
Cuspindo chamas tórridas,
Enquanto das ventas o fumo jorrava,
Cegando-me os olhos cansados,
Depois da vigília de cada madrugada;

Não era isto que via,
Nem o escanzelado Rocinante,
O burro barrigudo ou o Sancho
Que sobre ele eu via;

E a minha Dulcineia porque não aparecia?

Não, não era nada disto que eu via,
Porque sempre que acordava
O sonho se esfumava,
E de “Quixote” apenas ficava
A vontade que não esmorecia.

#1533

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