Não eram moinhos de alvas velas,
Em cavaleiros transformados,
Envolvidos nas sombras que na noite iluminada,
O luar transportava até mim;
Não eram dragões horrendos,
Cuspindo chamas tórridas,
Enquanto das ventas o fumo jorrava,
Cegando-me os olhos cansados,
Depois da vigília de cada madrugada;
Não era isto que via,
Nem o escanzelado Rocinante,
O burro barrigudo ou o Sancho
Que sobre ele eu via;
E a minha Dulcineia porque não aparecia?
Não, não era nada disto que eu via,
Porque sempre que acordava
O sonho se esfumava,
E de “Quixote” apenas ficava
A vontade que não esmorecia.
#1533
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