segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

“Livro”


São pequenas gotas
De água,
Lágrimas de muitos
Olhos,
Que vi correr, que beijei
E saboreei,
Que consolei ou provoquei;
São frondosas árvores,
Que me mostram as sombras,
De quem não consigo ver,
Escondidos que estão
Nas suas enormes copas;
São rios tão fortes,
Que nada contraria a sua força,
Arrastando remorsos,
Amores, paixões,
Esqueletos, fantasmas,
Medos, frustrações;
São mares, terras inundadas,
Portas e janelas fechadas,
Fogueiras, brasas pisadas,
São olhos, são segredos,
São histórias de tantos enredos,
São actores, senhores mascarados,
De grandes sorrisos
E olhos esbugalhados,
São violinos sem cordas,
São piões enterrados,
São desilusões
E corpos abraçados,
São folhas amarrotadas,
Escritas,
Com burrões de lágrimas escorridas,
São poemas de amor
Que ninguém leu
Ou recusou,
É papel, é dor
Nas letras de oiro
Que na capa do “Livro”,
Escreveram VIDA.

#1442

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