No meio de cada silêncio,
Quando os olhos se encontram,
Os olhares se cruzam,
Os brilhos se inflamam,
As cumplicidades arrepiam a pele,
Vejo o caminho que assoma,
E todas as portas se abrem,
Deixam-me entrar,
Seguindo a linha que me guia,
Que me transporta às salas
Onde guardas os segredos,
Que para mim apenas são verdades
De tão claros, tão confessados,
Tão gritados nos silêncios
Que deixas falar,
Que os juntam, que os partilham,
Que se trocam, ocupando outros
Lugares, aninhando-se em cada cumplicidade,
Outras criando, convidando-me,
Desafiando-me em mais uma loucura,
Iluminando o sonho,
Cheirando a rosas, alimentando
Tempestades, temperando sensações,
Explodindo como se fossem foguetes
Numa festa de aldeia,
Abalando as certezas que construímos
Sós, afastando os fantasmas,
Adoçando a boca, soando alto.
É uma “Viagem” que tão bem conheço,
Mas de cada vez construída
Na surpresa, que sempre se esconde
Dentro dos teus olhos.
#1244
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