Em cada charco salto,
Chapinho,
Com a chuva que caí lá do alto,
Me alinho,
A sola da cada sapato, ensopada,
Refresca-me os pés,
De tardes cansadas,
Onde as gotas, nas calças salpicadas,
Arrastam lamas antigas, acumuladas.
As superfícies onduladas
Trazem de mim outras imagens,
Transformam as sombras
Em brilhos,
Correm entre elas, juntam margens,
Convidam-me a entrar,
A saltar,
A “Chapinhar”.
As gotas de chuva
Juntas em cada charco,
São apenas água barrenta,
Suja e fedorenta,
Mas se no salto te encontro,
Se por acaso as mãos se tocam
E os dedos se enlaçam,
o chão transforma-se em espelho
E do reflexo dos olhos
Acendem-se outros rastilhos.
#1232
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