“Silêncio”! Gosto e não gosto;
Gosto quando é noite e se mistura
Com as sombras, se diluí nas penumbras,
Se ilumina num qualquer luar,
No caminhar almofadado do gato,
Na tua boca entreaberta no beijo;
Não gosto quando é morte,
Quando é desgosto, na ausência eterna,
Na paz que antecede a tempestade,
No ignorar de cada mentira.
Mas gosto do “Silêncio” em ti;
Dos teus suspiros de saudade,
Das palavras que leio nos olhos,
Dos segredos que são as minhas verdades,
Dos gemidos que me atiras na cama,
No roçar das mãos nas tuas costas,
O bater dos teus saltos na calçada,
O escorregar das tuas sabrinas
No meu quarto, o vento das tuas mãos
Quando me agarram, a sofreguidão
Com que me deitas no chão.
Adoro os silêncios calados,
Adoro os silêncios falados,
Adoro os silêncios vividos,
Adoro os silêncios sentidos,
Os que se discutem,
Os que se juntam,
Os que todos os dias
Crescem em nós.
Todas as cumplicidades
São enormes e ruidosos
Silêncios, que trocamos a sorrir.
#1199
Sem comentários:
Enviar um comentário