domingo, 29 de setembro de 2013

“Cego”


Escuro, completamente escuro;
Tudo negro, sem nada vazio,
Sem sequer sombras enxergar,
A tactear cada passo, tentando
Adivinhar o que se esconde,
Onde o pé vai assentar.

Olhar feito de trevas,
Sem horizontes que se avistem,
Sem cores, absorto continua
Na contagem dos passos,
De caminhos decorados,
Que apenas em si existem.

Mas o “Cego” só não vê
O mundo que é nosso,
Porque nas mãos, os olhos
Que tacteiam, sentem
Mais fundo, que qualquer olhar.


#1135

Sem comentários: