Escaldava aquele chão! A areia
Fervia. Nenhum pé aguentaria mergulhar
Naquelas ondas de sílica escaldante;
Cresciam ondas de calor, tão fortes,
Que o horizonte parecia fugir,
E o que se via baço ficava,
Misturado com a fina poeira
Que o calor levantava.
No céu apenas luz, luz tão forte
Que cegava, sem sombra, sem piedade,
Enorme fogueira que os deuses
Loucos alimentavam,
Para castigo de cada homem
Que por ali se aventurava.
Lá longe, com passo firme
E vagaroso, uma silhueta negra
Tudo enfrentava, como se aquele
Ar estivesse frio e a areia fosse
Um enorme mar.
O “Camelo” sabia,
Como aquele enorme deserto,
Contra ele pouco podia.
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