quarta-feira, 18 de setembro de 2013

“Apatia”


Fazia tanto tempo
Que te não via! Os dias
Foram ficando vazios,
Frios; as saudades feriam
As horas, o nada de tamanha
Espera, afogava tudo
E apertava; E doía; E tudo
Se sentia, tudo faltava, tudo,
Mesmo tudo precisava.
Tinha tanto para dizer-te,
Tanto para confessar-te,
Tanto para contar-te;
Precisava ver-te,
Abraçar-te, sentir-te,
Tocar-te…
Na algibeira o telefone
Tocou; absorto em mil pensamentos
Atendi. “Olá” – ouvi; o coração
Disparou, o teu olá me abanou.
Quis gritar, dizer-te como te queria,
Mas invadiu-me uma enorme
“Apatia” que me tolheu, me calou…
E tudo o que diria se esqueceu,
Desapareceu feito fumo,
Na mudez que ensurdeceu.
Disseste mil coisas, entre gargalhadas,
Brincadeiras… e voltei a querer gritar;
A boca abriu-se-me e ADORO-TE
Articulei; mas tão baixo que mal ouvi.
Fez-se silêncio por um momento;
Então ouvi-te dizer:
“TAMBÉM TE ADORO”
Calei e sorri.

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