terça-feira, 17 de setembro de 2013

“Anjo”


Em Março gritei,
Gritei bem alto, e a palavra órfã,
Sozinha ecoou, ficou
No ar, ali suspensa a balançar,
Como se peso não tivesse, nem
Sentimento valesse ou doesse…
Mas tinha, mas valia, mas doía!

Cheirou-me o “Anjo Salvador”, anónimo
Dos santos, a quem baptizei carinhosamente
De “Filho da Puta”, e de apelido “Cabrão Cobarde”,
Pelo que conseguiu, pela falsidade,
Pela semente que regou, pela faca, pela ferida,
Pelo sangue que chupou, feito
Vampiro, pela dentada que infectou.

O desespero redobrado, o sentimento
Espezinhado, a cumplicidade recusada,
A desconfiança instalada, fecundaram,
Emprenharam, enfruteceram
E o LOBO nasceu (RAIVOSO),
Tão raivoso que mordeu, mordeu
Em quem não queria,
E recebeu a lâmina de quem
Se defendia.

Igual não voltou a ser,
Mas o sonho, esse, ficara
Para crescer.


(Este já estava escrito, não foi preciso escrever outro)

2 comentários:

Adriana Silva disse...

tinha a certeza que já tinha lido este....

Eu não sou ninguém disse...

(Este já estava escrito, não foi preciso escrever outro)

Sim este já tinhas lido mesmo, estava até escrito na nota, é de Março (se não estou em erro), embora seja só um bocadinho do outro que é muito mais extenso.