Em Março gritei,
Gritei bem alto, e a palavra órfã,
Sozinha ecoou, ficou
No ar, ali suspensa a balançar,
Como se peso não tivesse, nem
Sentimento valesse ou doesse…
Mas tinha, mas valia, mas doía!
Cheirou-me o “Anjo Salvador”, anónimo
Dos santos, a quem baptizei carinhosamente
De “Filho da Puta”, e de apelido “Cabrão Cobarde”,
Pelo que conseguiu, pela falsidade,
Pela semente que regou, pela faca, pela ferida,
Pelo sangue que chupou, feito
Vampiro, pela dentada que infectou.
O desespero redobrado, o sentimento
Espezinhado, a cumplicidade recusada,
A desconfiança instalada, fecundaram,
Emprenharam, enfruteceram
E o LOBO nasceu (RAIVOSO),
Tão raivoso que mordeu, mordeu
Em quem não queria,
E recebeu a lâmina de quem
Se defendia.
Igual não voltou a ser,
Mas o sonho, esse, ficara
Para crescer.
(Este já estava escrito, não foi preciso escrever outro)
2 comentários:
tinha a certeza que já tinha lido este....
(Este já estava escrito, não foi preciso escrever outro)
Sim este já tinhas lido mesmo, estava até escrito na nota, é de Março (se não estou em erro), embora seja só um bocadinho do outro que é muito mais extenso.
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