terça-feira, 17 de setembro de 2013

“Andar”


Lembro aquele dia chuvoso,
Frio, cinzento; tudo alagado,
O temporal não parava, não abrandava;
Enormes charcos, onde cada pingo
Tudo salpicava e as valetas
Enchiam rios de enormes correntes.

Continuo a rir-me quando recordo
O teu “Andar”; o sapatinho azul, de tecido
Que ameaçava encolher, lindo! E TU,
Embrulhavas o “Andar”, hesitavas,
“Onde vou aterrar!”; o braço apoiado
No meu não chegava, olhos no chão,
Saltitante, bamboleante, pé aqui,
Pé acolá…

Mas apesar da chuva, apesar do vento,
Apesar dos rios, dos lagos
Que nos desafiavam, nos passos
Falhados, dos encontrões
Que me deste, do chapéu
Que mal nos cobria,
Continuaste a encantar,
Com esse teu “Andar”.

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