quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Foram tantas, tantas, que não esqueci.


Morenas de olhos castanhos, de olhos negros, altas ou não… Por aí fui andando, por aí fui espalhando as minhas paixões, os meus amores, em eternas loucuras, namoros constantes, sexo escaldante, cumplicidades mantidas, silêncios lidos, muitos anos, muitos dias consumidos, vida cheia de surpresas e prazer.

Olhos azúis, outros tantos verdes, entre louras lindas, torneadas pelas curvas das estradas que percorri, deixaram marcas de tempestades, de furacões, de verões cheios de sol, onde os corpos se misturaram com o Sol, com o vento, com as areias e o sal das suas águas, em dias e noites intermináveis.

E a ruiva de olhos lindos, sensual e completamente doida que chegou de mansinho, destruiu todas as defesas, todas as barreiras, acordou a loucura da paixão, afiou a lâmina da saudade, queimou nos seus silêncios, arrancou todas as folhas de papel dos blocos velhos, escritas, desenhadas, ateou com elas uma enorme fogueira que consumiu toda a imaginação, levantou muros com as pedras que fui deixando cair, desmantelou castelos, derrotou dragões, chorou comigo as perdas, as derrotas, partilhou sonhos, cumplicidades, aceitou-me no seu exército, recusou-me de dia, acendeu-me, usou-me, consumiu-me.

Foram tantas, tantas, que não esqueci.


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